segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

1. UM PESADELO REAL

Narrativa de Rachel

Eu estava num dos corredores da escola. Estava tudo apagado, completamente escuro, o frio tomou conta do local. A HEDGE HIGH SCHOOL era uma tumba, um tumulo, um caixão. A morta ali era eu. As paredes frias eram minhas ultimas visões e a escuridão sequer deixava que eu as visse.
Um barulho despertou meu interesse. Era uma porta se abrindo. A luz da rua inundou o corredor frio e escuro. Um vulto parou a frente da portas recém fechada e agora aluminada pela luz que vinha de fora, que antes não estava ali.
Meu corpo tremia não de medo. De frio. Um frio violento que saia daquele sujeito parado ali em frente. De repente, não sei como, ele sumiu.
Como era possível um sujeitinho sumir assim? Rápido e sem deixar sequer um vestígio de sua passagem por mim? Eu estava no meio do corredor longo e estreito... Ele teria me atropelado para passar por mim. E ainda assim, não o fez.
Virei-me, tateando as paredes lisas e frias. A luz havia acabado quando aquele infeliz sumiu. Tudo voltou ao breu de antes. E eu novamente impossibilitada de ver o corredor.
-Rachel.
O som saiu de trás das minhas costas. Eu gelei. Fiquei arrepiada dos pés a cabeça. Meus braços tremiam, minhas mãos suavam frio. Fechei-as em punho. Ele estava atrás de mim. Eu podia sentir o fungar da respiração em meu pescoço.
Fui virando meu corpo lentamente. Eu estava morta de medo agora, sentia meu coração bater contra minha garganta e meu sangue esquentar como se eu estivesse prestes a me queimar. Eu via seu vulto, alto e esguio. Via seu corpo parado, como estatua no meio do corredor, ele agora estava longe mim. Mas ainda assim, sentia sua aproximação.
De repente sua sombra foi se aproximando... Aproximando mais... E mais... E mais... Até tocar em meu pulso. Sua pele era gelada, como um cubo de gelo. O cheiro era de sangue, com um toque de avelã. Estava vestindo uma jaqueta de couro eu podia ouvir o barulho enquanto ele levava meu punho ao seu rosto e passava a língua áspera em minha mão.
-Quem é você? –perguntei com a voz tremida. –Porque está lambendo minha mão?
-Seu gosto... Sua pele... Seu cheiro... É uma melodia para meu paladar... É como se você fosse uma canção. A mais perfeita das musicas que já ouvi. Tudo combina com você. E seu gosto em particular, me deixa fascinado. Junte-se a mim Rachel. Venha comigo e tudo ficará bem. – disse ele. Sua voz sim era como uma melodia agradável para meus ouvidos. Eu podia jurar que ele estava quase me fazendo aceitar o pedido.
-Me solta! –gritei.
Empurrei-o longe e corri o mais rápido que pude pelos corredores negros. Infelizmente eu não conseguia me livrar de sua sombra. Aonde eu ia ele aparecia como um fantasma. Corri o mais rápido que pude.
-VOCÊ É MINHA!
Ele pulou sobre mim, seus dentes me morderam e eu o golpeei. A ferida me fez sentir algo que eu jamais senti. Uma dor alucinante, uma dor sem definição, algo pior que um tiro, pior que uma faca. Era como seu houvesse veneno em meu sangue e esse veneno estivesse corroendo meus ossos. Senti meu corpo levitar. Eu podia me ver, em pleno corredor, voando. LEVITANDO melhor dizendo, Sem nada me segurando. Ele estava admirando minha nova condição, limpando a boca suja com o sangue que arrancou de meu braço. Seus olhos eram de um verde vivo e com um risco no lugar da íris. Um felino, eu pensei. Meus olhos se abriram e agora eu estava me vendo de cima. Minha alma levitava como meu corpo, e pude ver minha boca se transformar num rosnado e meus dentes ficarem afiados. Minha pele petrificar e meus olhos saírem do castanho escuro para o verde. Minha íris se transformou numa fenda e eu finalmente caio, com a maior leveza do mundo, numa posição graciosa.
-Sangue.
Foi a primeira coisa que eu disse. E então eu acordei.

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Levantei assustadíssima.
Eram 3h da manhã, pelo menos era o que o meu relógio de cabeceira apontava naquele momento. Eu nunca havia tido um pesadelo tão impressionante como aquele. Era como se fosse real. Eu não acreditava que aquilo pudesse ser apenas um sonho mal interpretado, aquele cara havia mordido meu braço.
Liguei a luz do abajur que fica ao lado da minha cama. Tateei meu braço a procura de alguma ferida, marca ou até mesmo sangue. Não encontrei absolutamente nada que evidenciasse a realidade de meu sonho.
-Por favor, aquilo foi só um sonho. –disse a mim mesma as 4h da manha enquanto olhava pela janela do meu quarto. Eu era tão idiota, como pude me deixar levar por um sonho tão estúpido e tão irreal como esse. Imagine um vampiro tentando me transformar, e ainda mais aqui em Hedgefells. Nunca, jamais.
Deitei-me na cama outra vez imaginando que tudo aquilo era realmente uma besteira e adormeci.

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Narrativa de Angel

“A noite está acabando” ele disse para si mesmo.
-leve-me com você príncipe das trevas. Faça-me sua eternamente. –disse a loura na cama.
“Desculpe minha cara. Eu não costumo colecionar bichinhos de estimação, prefiro-os soltos por aí.”
Num gesto rápido ele se ergueu e vestiu sem demora sua jaqueta de couro negro. Seus óculos escuros estavam novamente no lugar, escondendo o olho verde vivo.
-Sinto uma dor no corpo. –disse a loura olhando para ele e ofegando.
“É normal minha donzela, o veneno agirá rapidamente em seu organismo, não fique preocupada, se transformara em uma linda...”.
Sua frase foi interrompida. Os passos apressados na escada informavam que alguém havia descoberto tudo.
-Amélia! Amélia! Abra a porta! –era a voz do coronel Tucker.
“Sinto deixá-la minha donzela, porém será necessário neste momento, para garantir, peço que não volte à luz do sol. Sua pele não agüentaria”. –disse ele beijando-lhe o rosto.
Ele pulou da janela e sumiu na noite.
Amélia ficou deitada em seu leito. A dor alucinante tomou conta de seu corpo e ela soltou um grito alto e forte que fora ouvido por ele no alto da colina de Stranesburg.
Ele nada disse, apenas olhou uma ultima vez seu lar, sorriu descaradamente e virou as costas para nunca mais voltar.


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Narrativa de Rachel
Meu despertador tocou pontualmente as 6h30. Outro dia rotineiro havia começado. Escola. Casa. Deveres. Jantar. Cama. Tudo outra vez. Como seu já não bastasse minha forte raiva desse mundo.
Eu daria tudo para sumir e jamais retornar. Eu sentia como se quisesse cair num buraco e sumir. A Hedge High School não era uma má escola, eu estudava lá desde que me conheço por gente. Foi a escola de minha mãe, de meu pai, na verdade de toda minha família. Meus melhores amigos estudavam lá e isso incluía Brad, meu namorado. O loiro de olhos verdes inconfundíveis da minha vida. Nosso lance era algo que nenhuma das garotas do colégio podia superar. Eu a garota mais sem sal do mundo saindo com o jogador de futebol mais gostoso do mundo. Que coisa mais surreal.
Vesti-me e desci para o café. Meu pai estava a mesa lendo o jornal, coisa que sempre fazia. Murmurei um “bom dia” e beijei sua testa como sempre fiz. Minha mãe estava na cozinha, vestida para ir para a loja de conveniências da nossa família. Meu pai era advogado e estava de terno marrom e gravata cor de vinho. Tinha um julgamento importante. Hoje o destino de um cliente da cidade vizinha seria finalmente desvendado, eu acreditava que aquele cliente merecia a cadeira elétrica, mas não dá pra generalizar.
Meu pai dobrou o jornal. Isso significava que ele iria sair.
-Boa sorte querido. –disse minha mãe.
-Boa sorte pai. Tudo vai dar certo. –eu disse pra ele.
-Claro querida. Boa escola e depois da aula ajude sua mãe na loja está bem? Não a quero sozinha lá. –ele deu uma piscadela pra mim.
-Pode deixar. Eu ajudo sim.
Eu era uma filha que não dava problemas. A garota correta, responsável e tímida que se escondia atrás dos músculos fortes do namorado jogador. Ele era meu escudo. Minha preciosidade.
O telefone da cozinha tocou. Eu sabia quem era. ERA ELE.
Brad sempre me ligava pra avisar que estava passando aqui pra me pegar.
-Querida! –disse minha mãe e então eu peguei o fone.
-alô? –eu disse.
-oi amor. É o seu leãozinho. Posso te pegar? Ou prefere andar 16 quadras até a escola? –disse ele em seu tom brincalhão. O tom que eu amava.
-Pode sim, já estou pronta.
Eu corri de volta pro meu quarto. Eu estava horrível. Tudo em mim era motivo de piada para Helena Chamber. A garota loura e popular. Mas aquilo iria mudar hoje, depois da aula.
A buzina tocou na frente de casa e eu desci correndo, me despedi de minha mãe e bati a porta quando sai.
Brad me pegou de um jeito que eu amava. Deu-me aquele beijo molhado e sensual que sempre me dava quando nos víamos. Todo na escola sabia que éramos namorados e ele fazia questão de dizer a todos que ele não saía sem que eu fosse junto com ele. Então eu era obrigada a ser convidada para as festas dos populares.
-Hei. Vai tirar todo meu brilho labial. –eu disse retocando.
-Não importa. Eu amo esse brilho labial que você usa. Me da vontade de te beijar mais e mais. E não parar de te beijar e te apertar e de ter junto de mim. –disse ele. Mas ele parou de falar de repente e eu sabia por quê.
-Desculpe. –ele recomeçou. –Eu não toco mais nesse assunto. Isso é irrelevante pra nós meu amor. Quando você estiver pronta eu estarei pronto e assim seremos felizes. Seus beijos me sustentam. –ele piscou.
Eu fiquei completamente sem jeito. Eu sempre repelia Brad quando íamos dar um passo a mais em nossa relação. SEMPRE. E isso, eu podia notar, o deixava completamente triste. Eu queria aquilo, mas dentro de mim, uma voz interior dizia que não devia.
Ta eu era uma virgem medrosa. Mas eu tinha princípios de como deixar de ser. E não queria algo assim, de qualquer jeito. Eu quero algo que me faça sentir a mulher mais importante do mundo...
-Te amo gata! – disse ele. Eu adorava quando ele dizia aquilo. Sentia-me a maior garota do mundo.
Estacionamos o conversível dele no estacionamento. E como de praxe todos os estudantes da Hedge estavam lá. Todos os alunos nos olhavam. Minha melhor amiga veio correndo até mim e me puxou pra uma conversa.
-Casal lindo. Eu amo vocês sabia?
-Eu sei Anne. O que houve com você? Espera! –eu disse.
Fui até Brad e lhe roubei um beijo bem gostoso e molhado. Ufa. Era isso que eu queria desde que tínhamos entrado no carro e não tinha ainda concretizado minha vontade. Enfim deu tudo certo.
-Que? Nossa! Uau! – ele começou a gaguejar. –Te amo gata!
Anne estava com o queixo caído no chão.
-Levante isso, não vai querer que Julian te veja assim. Ou será que vai? –eu disse olhando pra ela.
-Alô-ou. O que é que foi isso? Você virou a rainha do beijo molhado agora?
-Cala a boca Anne. Vai, anda desembucha... O que você queria dizer?
-Ah! Será que teria algum problema se eu dormisse na sua casa hoje? É que tipo assim, meus pais vão pra Laynefells e vou ficar sozinha, daí eu pensei...
-Ta bom! Só me poupa da sua história. Claro que pode dormir lá em casa. –eu disse já calando a boca dela. Quando Anne começa a falar não para mais. Isso era desde a primeira serie.
O sinal tocou e entramos na sala de aula. Outro dia comum, numa aula comum. Matemática. O melhor da matemática é que ela é igual em qualquer parte do universo. E isso me deixa aliviada só de saber se eu, por exemplo, for morar em alguma ilha no meio do Atlântico, ainda assim a soma de dois fatores me dará um resultado. E isso ainda era um alivio. O Sr. Linder começou a falar. Era agora que tudo o que mais queria era estar em uma ilhar deserta cheia de sol.

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Narrativa de Amélia

“Não pode, a luz não pode entrar, não pode, não pode, não pode, preciso fechar todos os buracos, todos eles, todos.”
Tapei os últimos buracos da janela com um pano negro.
-Angel meu amor, por que você fugiu de mim.
Eu não tinha nem idéia de onde poderia estar aquele homem incrível que me dera poderes incríveis. “Príncipe das Trevas” eu te amo, pensei comigo mesma.
A luz do sol já não poderia mais tocar minha pele. E a minha fome não tinha nada mais a ver com carne ou frango. Mas sim o sangue humano que pulsava forte em meus ouvidos. A cada visita noturna que eu fazia aos bares da cidade, e cada sedução que eu conseguia, eu os atraia para meu recanto feliz.
O ultimo cara, o Many, eu não consegui resistir... Seu sangue tinha algo particularmente gostoso e eu não parei até sentir a ultima gosta do manjar passar pela minha garganta. Seu pescoço brilhava pra mim, chamando meu nome delicadamente enquanto eu fingia beber uísque no bar. Me aproximei dele, lentamente, sabia que aquele idiota não ia resistir a uma mulher de saía e salto alto. Tomei um gole grande de uísque e sentei em sua frente, joguei o cabelo pra trás e o resto foi tudo como imaginei.
Levei-o pro hotel onde eu estava e concretizei meu desejo, o coitado ainda pensava que íamos ir alem algo a mais. IDIOTA. Empurrei-o contra a parede, ele achando tudo o máximo, foi ai então que eu botei pra quebrar.
Liguei o som no ultimo volume. Coloquei tocar um rock pesado da Slypknot e avancei pra cima dele com fome. Sua cara era de desejo. Até que ele não era feio, na verdade se não fosse uma vampira, me casaria com ele, mas em dadas circunstancias...
No momento em que eu cravei meus dentes, o desejo incontrolável da fome avançou sobre mim e não consegui me conter, o gosto adocicado de seu sangue parecia muito mais gostoso a cada gole, e não pude evitar beber ate a ultima gota daquele manjar.
Many não sobreviveu para ser transformado. E eu estava alimentada e linda outra vez. Eu ainda não havia me acostumado a “comer” com classe ainda. Sujava-me toda de sangue, o que eu achava um desperdício de sabor.
Tenho certeza de que Angel me ensinaria a ser condescendente. Que ele me mostraria todos os truques e todos os jeitos para fazer o certo. Eu o amava. E estava indo atrás dele, onde quer que ele esteja para provar isso. Para provar o doce sabor de seus lábios.

2 comentários:

  1. Amei!!Esse blog é demais!!Dá uma passadinha no meu e comenta Bjuxx!=*

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  2. NHSJKHS M 'amêeeeiii seu blog *-*
    supeer fofo . !
    seguindo ;D' seguee o meu tbéem?'


    http://marcellagr003.blogspot.com/

    bejo, <<3'

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